O Lauril Éter Sulfato de Sódio, conhecido comercialmente pela sigla SLES, é um dos ingredientes mais populares e amplamente utilizados na formulação de produtos cosméticos, especialmente em shampoos. Trata-se de um tensoativo aniônico com grande capacidade de limpeza e formação de espuma, duas características fundamentais para a aceitação sensorial de cosméticos capilares por parte dos consumidores. Presente em milhares de produtos ao redor do mundo, o Lauril Éter Sulfato de Sódio é muitas vezes citado como o "coração" da formulação de shampoos devido à sua versatilidade, custo acessível e desempenho comprovado.
Na indústria cosmética, o uso do Lauril Éter Sulfato de Sódio representa um marco na evolução das formulações modernas. Com sua estrutura química derivada do ácido láurico – frequentemente obtido de fontes naturais como o óleo de coco ou de palma –, esse composto passou a integrar a base de muitos produtos de higiene pessoal desde a década de 1930. Sua eficiência em remover sujeira, oleosidade e resíduos do couro cabeludo, sem necessidade de grandes concentrações, tornou o SLES um padrão no setor de cuidados capilares. Além disso, sua compatibilidade com diversos ingredientes e boa estabilidade química facilita a criação de fórmulas equilibradas e eficazes.
O uso do Lauril Éter Sulfato de Sódio em shampoos se deve principalmente à sua capacidade de gerar espuma abundante e cremosa, atributo muito valorizado pelos consumidores, mesmo que nem sempre esteja diretamente ligado à eficácia da limpeza. Outro ponto relevante é sua ação detergente eficiente, que permite a remoção de oleosidade e impurezas do couro cabeludo e dos fios de forma rápida. Por essas razões, o SLES está presente em uma ampla variedade de shampoos — desde os de uso diário até os específicos para limpeza profunda, como os antirresíduos.
Porém, apesar de seus muitos benefícios, o uso do Lauril Éter Sulfato de Sódio também exige atenção em relação à concentração utilizada e ao equilíbrio da fórmula, para evitar possíveis efeitos indesejados como ressecamento ou irritações em peles mais sensíveis. É exatamente esse equilíbrio entre benefícios e cuidados na formulação que torna o tema tão relevante para consumidores e profissionais da área cosmética.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio (frequentemente abreviado como SLES, do inglês Sodium Laureth Sulfate) é um composto químico classificado como tensoativo aniônico, amplamente utilizado na indústria de cosméticos e higiene pessoal. Trata-se de uma substância com alta capacidade de solubilização e emulsificação, atuando principalmente na remoção de impurezas, oleosidade e partículas presentes em superfícies como cabelo, couro cabeludo e pele.
Tecnicamente, o Lauril Éter Sulfato de Sódio é o sal de sódio do éter sulfato do álcool laurílico etoxilado, geralmente produzido por meio da etoxilação do álcool laurílico, seguido de sulfatação e neutralização com hidróxido de sódio. Esse processo químico resulta em uma molécula com uma extremidade hidrofóbica (que repele a água) e uma extremidade hidrofílica (que atrai a água), conferindo à substância sua principal característica funcional: a capacidade de reduzir a tensão superficial da água e promover a emulsão de gorduras e sujeiras.
Seu ponto de maior destaque é sua habilidade de produzir espuma densa e cremosa, uma característica sensorial muito valorizada em shampoos, sabonetes líquidos, géis de banho, cremes dentais e outros produtos de higiene. Essa formação de espuma, embora não esteja diretamente relacionada à capacidade de limpeza, é um indicativo perceptível que gera sensação de eficácia ao usuário final.
Além disso, o Lauril Éter Sulfato de Sódio tem excelente estabilidade química e é compatível com diversos ingredientes ativos, o que o torna uma base versátil para formulações cosméticas. Ele também apresenta boa resistência a variações de pH, o que facilita seu uso em diferentes tipos de produtos e públicos — de adultos a linhas infantis (com formulações mais suaves e controladas).
Apesar de ser um composto sintético, o Lauril Éter Sulfato de Sódio tem origem natural. Sua matéria-prima básica é o álcool láurico, que é extraído de óleos vegetais, especialmente do óleo de coco e do óleo de palma. Esse álcool, quando submetido ao processo de etoxilação com óxido de etileno, resulta em uma cadeia de éteres. A etapa seguinte é a sulfatação, onde a molécula é reagida com trióxido de enxofre (SO₃) ou ácido sulfúrico, formando o ácido etoxilado sulfatado. Por fim, ocorre a neutralização com hidróxido de sódio (NaOH), gerando o sal de sódio — o Lauril Éter Sulfato de Sódio propriamente dito.
Esse processo de origem natural com modificação química permite que o composto combine o melhor dos dois mundos: eficácia industrial e biodegradabilidade razoável. Isso o diferencia de alguns ingredientes puramente petroquímicos, sendo visto como uma alternativa mais amigável ao meio ambiente, embora ainda haja controvérsias quanto à sustentabilidade de suas matérias-primas, como o óleo de palma.
A escolha pelo óleo de coco ou palma como fonte depende, muitas vezes, da viabilidade econômica e da cadeia de suprimento da indústria fabricante. Empresas mais voltadas à sustentabilidade buscam alternativas certificadas para garantir rastreabilidade e menor impacto ambiental, além de investirem em processos de etoxilação mais seguros e controlados.
No universo da formulação cosmética, é essencial identificar ingredientes com precisão e padronização. Para isso, utiliza-se a nomenclatura INCI (International Nomenclature of Cosmetic Ingredients), um sistema adotado internacionalmente que facilita o reconhecimento de ingredientes entre fabricantes, reguladores e consumidores ao redor do mundo.
O nome INCI do Lauril Éter Sulfato de Sódio é “Sodium Laureth Sulfate”.
Esse nome é obrigatório nas embalagens de produtos cosméticos, especialmente na lista de ingredientes que aparece geralmente no verso dos frascos ou rótulos. A adoção do INCI garante conformidade regulatória, facilita a fiscalização por órgãos sanitários como a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária, no Brasil) e promove maior transparência para os consumidores que desejam saber exatamente o que estão utilizando em seus cuidados pessoais.
Vale destacar que o nome INCI é diferente do nome químico sistemático utilizado por químicos e pesquisadores. Enquanto o nome técnico pode parecer mais complexo — como "éter sulfato de sódio de etoxilado de álcool láurico" — o nome INCI é padronizado e simplificado, permitindo uma linguagem comum em todos os mercados e produtos exportados.
Além do Lauril Éter Sulfato de Sódio, outro ingrediente com nomenclatura parecida e que frequentemente causa confusão é o Lauril Sulfato de Sódio (Sodium Lauryl Sulfate ou SLS). Apesar de nomes semelhantes, SLS e SLES são diferentes: o SLES (Lauril Éter Sulfato de Sódio) é etoxilado, o que o torna mais suave e menos irritante do que o SLS, que é uma forma não etoxilada e geralmente mais agressiva à pele e ao couro cabeludo.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio é um tensoativo aniônico, ou seja, ao ser dissolvido em água, ele se ioniza e libera um íon negativo (ânion). Essa característica confere ao composto sua principal função: reduzir a tensão superficial da água e permitir a emulsificação de partículas oleosas, promovendo uma limpeza eficaz.
Os tensoativos são substâncias que possuem uma parte hidrofílica (afinidade com a água) e uma parte hidrofóbica (afinidade com óleos e gorduras). Essa dualidade permite que o Lauril Éter Sulfato de Sódio se interponha entre a água e a gordura, facilitando a remoção de sujeira e oleosidade do cabelo e da pele durante o enxágue.
No grupo dos tensoativos aniônicos, o SLES se destaca por apresentar:
Alta formação de espuma, mesmo em águas com presença de íons como cálcio e magnésio (água dura);
Boa compatibilidade com outros tipos de tensoativos, como anfóteros e não iônicos;
Desempenho eficaz de limpeza, mesmo em concentrações moderadas;
Capacidade de ser combinado com agentes perolizantes e espessantes, ajudando a criar produtos com apelo visual e sensorial atrativo para o consumidor.
Por essas qualidades, ele é considerado o tensoativo-base na maioria das formulações de shampoos tradicionais. No entanto, seu caráter aniônico também implica maior potencial de remoção intensa de lipídios naturais, o que pode ser benéfico ou prejudicial, dependendo da necessidade do consumidor. Em cabelos oleosos, por exemplo, essa ação é desejável; em cabelos secos ou tratados quimicamente, pode ser necessário balancear a fórmula com co-tensoativos mais suaves ou agentes condicionantes.
Além de sua classificação como tensoativo aniônico, o Lauril Éter Sulfato de Sódio também pode ser descrito por outras funções cosméticas, tais como:
Agente de limpeza (cleansing agent): principal função de higienização.
Agente espumante (foaming agent): aumenta a produção de espuma.
Agente emulsificante (emulsifier): promove a mistura entre água e óleo.
Agente de viscosidade (viscosity increasing agent): pode contribuir para a textura e consistência do shampoo.
Essas múltiplas funcionalidades fazem com que o SLES atue não apenas como ingrediente de performance, mas também como elemento fundamental na experiência sensorial e estética do produto final.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio, conhecido pela sigla SLES, atua como agente de limpeza e espumante em shampoos por meio de um mecanismo fisicoquímico chamado redução da tensão superficial da água. Em termos práticos, isso significa que a substância facilita o contato entre a água e a oleosidade presente no couro cabeludo e nos fios, permitindo que a sujeira seja dissolvida e facilmente removida no enxágue.
O SLES é um tensoativo aniônico, ou seja, possui uma extremidade hidrofílica (que se liga à água) e outra hidrofóbica (que se liga à gordura). Quando aplicado sobre o cabelo molhado, ele forma estruturas chamadas micelas, pequenas esferas que envolvem a sujeira e o sebo, aprisionando essas impurezas em seu interior. Com o movimento das mãos e o enxágue com água, essas micelas são arrastadas, promovendo a limpeza.
Além de remover sujidades, o Lauril Éter Sulfato de Sódio é muito eficiente na formação de espuma abundante e cremosa, característica muito valorizada pelos consumidores. Embora a presença de espuma não seja sinônimo direto de limpeza, ela desempenha um papel importante na percepção sensorial de eficácia. Quanto mais espuma um shampoo forma, maior a sensação de limpeza e qualidade transmitida ao usuário.
Essa espuma também atua como lubrificante durante a lavagem, facilitando o deslizar das mãos e evitando o atrito entre os fios, o que pode ajudar a reduzir o risco de quebra capilar durante o banho. Portanto, o SLES não só limpa como também contribui para a experiência sensorial agradável do uso do produto.
Outro ponto importante é sua ação rápida: com pequenas quantidades de shampoo contendo SLES, já é possível alcançar uma limpeza eficiente. Isso o torna ideal para produtos de uso diário e também para shampoos profissionais de limpeza profunda, como os antirresíduos.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio raramente atua sozinho na formulação de shampoos. Apesar de sua eficácia como agente de limpeza e formação de espuma, ele costuma ser combinado com outros tensoativos e ingredientes cosméticos para potencializar resultados, minimizar efeitos adversos e atender às necessidades específicas de diferentes tipos de cabelo e pele.
Um dos principais cuidados ao formular shampoos com SLES é reduzir seu potencial irritante, especialmente em peles mais sensíveis ou ressecadas. Para isso, utiliza-se co-tensoativos mais suaves que equilibram a fórmula. Entre os mais comuns estão:
Cocamidopropil Betaína: é um tensoativo anfótero derivado do óleo de coco, conhecido por seu efeito suavizante. Quando combinado com o SLES, melhora a tolerabilidade da fórmula e reduz a irritação potencial.
Decil Glucosídeo e Lauril Glucosídeo: tensoativos não iônicos, frequentemente utilizados em cosméticos naturais e suaves. Eles ajudam a estabilizar a espuma e a suavizar o impacto do SLES na pele e no couro cabeludo.
Essa combinação de surfactantes cria um sistema sinérgico, onde cada ingrediente reforça a ação do outro, garantindo limpeza eficaz sem comprometer a integridade da barreira cutânea ou da fibra capilar.
Apesar de o SLES ter ótima performance em limpeza, ele pode remover lipídios naturais dos fios. Por isso, é comum a inclusão de agentes condicionantes nas fórmulas para restaurar a maciez e o brilho dos cabelos. Alguns exemplos:
Poliquatérnios (como o Polyquaternium-10): formam uma película protetora sobre os fios, reduzindo o frizz e melhorando o desembaraço.
Silicones solúveis em água: aumentam o brilho e a sedosidade, promovendo toque suave e proteção térmica.
Esses componentes compensam o potencial deslipidante do Lauril Éter Sulfato de Sódio, permitindo que até cabelos secos ou com química possam se beneficiar de sua ação, desde que com formulações bem equilibradas.
O SLES também interage com ingredientes que modificam a viscosidade da fórmula, ajustando a textura do shampoo. Espessantes como:
Cloreto de Sódio (sal de cozinha): utilizado em baixas concentrações, pode aumentar a viscosidade em sistemas com SLES.
Gomas naturais ou sintéticas (como goma xantana ou carbômeros): ajudam na estabilidade física da fórmula, evitando a separação de fases.
Além disso, perolizantes, corantes e fragrâncias também são adicionados ao sistema tensoativo, sem comprometer a performance do Lauril Éter Sulfato de Sódio.
O SLES é considerado o surfactante principal (ou primário) em shampoos devido à sua alta eficácia e versatilidade. Isso significa que ele constitui a base funcional da fórmula, responsável pela maior parte da ação detergente e pela espuma produzida durante a aplicação.
As razões que justificam seu papel central são diversas:
O Lauril Éter Sulfato de Sódio remove eficientemente:
Sujidades ambientais (poeira, poluição);
Oleosidade natural (sebo produzido pelas glândulas sebáceas);
Resíduos de produtos cosméticos (cremes, leave-ins, sprays).
Por isso, é amplamente utilizado tanto em shampoos de uso diário quanto em versões profissionais voltadas à pré-química, como alisamentos ou colorações, onde a limpeza profunda é essencial.
Mesmo em concentrações moderadas, o SLES tem a capacidade de formar uma espuma volumosa e estável. Esse atributo é especialmente relevante para o mercado, pois está diretamente associado à satisfação do consumidor. Pesquisas de mercado apontam que consumidores tendem a considerar um shampoo “melhor” quando ele espuma bem — mesmo que a espuma, do ponto de vista técnico, não seja o único indicativo de eficácia.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio pode ser adaptado a diferentes finalidades cosméticas:
Shampoos para cabelos oleosos: ideal, pois proporciona limpeza profunda.
Shampoos anticaspa: pode ser associado a ativos como cetoconazol, piritionato de zinco ou ácido salicílico.
Shampoos infantis: embora seu uso seja mais controlado nessa categoria, com pH ajustado e co-tensoativos suaves, o SLES pode estar presente em proporções seguras.
Shampoos clareadores ou desintoxicantes: excelente para remover resíduos de coloração, silicones e oleosidade acumulada.
Para os fabricantes, o SLES representa uma opção de excelente custo-benefício, pois apresenta:
Boa performance em baixos teores (geralmente de 5% a 15%);
Facilidade de obtenção em larga escala;
Estabilidade em diferentes condições de armazenamento.
Isso garante um preço competitivo nos produtos finais, além de permitir ampla margem para combinação com ingredientes ativos e sensoriais.
Apesar de todas as vantagens do Lauril Éter Sulfato de Sódio, o seu uso requer equilíbrio e responsabilidade técnica. Concentrações excessivas podem levar a:
Ressecamento dos fios;
Irritação do couro cabeludo;
Alergias em peles sensíveis.
Por isso, a formulação de um shampoo ideal com SLES deve considerar:
A inclusão de co-tensoativos suavizantes;
A adição de agentes calmantes (ex: pantenol, alantoína, extratos botânicos);
A escolha do pH apropriado para manter a integridade da barreira cutânea (geralmente entre 4,5 e 5,5);
Testes de estabilidade e compatibilidade.
Além disso, as regulamentações internacionais, como da Anvisa (Brasil), FDA (EUA) e União Europeia, estabelecem limites seguros para o uso do SLES em cosméticos, assegurando que o ingrediente não represente riscos à saúde quando formulado corretamente.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio, conhecido pela sigla SLES, é um dos ingredientes mais utilizados em produtos de cuidados capilares, especialmente nos shampoos. Ele é um dos pilares na indústria cosmética graças à sua multifuncionalidade, desempenho comprovado e compatibilidade com uma ampla gama de ingredientes. Ao analisar seus benefícios, é possível entender por que o SLES continua sendo o agente de limpeza preferido em grande parte das formulações, mesmo diante da crescente busca por alternativas mais naturais.
A seguir, exploramos os principais benefícios do Lauril Éter Sulfato de Sódio em shampoos, destacando seus impactos na limpeza, formação de espuma, custo de produção e estabilidade das fórmulas.
A principal função do shampoo é promover a limpeza do couro cabeludo e dos fios, e o Lauril Éter Sulfato de Sódio é excepcionalmente eficaz nesse papel. Sua estrutura molecular permite a formação de micelas, estruturas que envolvem sujeira, sebo e resíduos de produtos acumulados nos cabelos. Essas micelas se desprendem facilmente com o enxágue, proporcionando uma sensação de limpeza imediata e duradoura.
O couro cabeludo é uma região que sofre constantemente com a produção de oleosidade natural, descamação, suor e resíduos ambientais, como poeira e poluição. O SLES atua dissolvendo essas impurezas e facilitando sua remoção. Ele é especialmente eficaz na limpeza de:
Sebos produzidos pelas glândulas sebáceas;
Resíduos de cosméticos como leave-ins, pomadas e óleos capilares;
Impurezas ambientais, como fuligem e partículas de poluição.
Essa eficácia torna o SLES indicado para todos os tipos de cabelo, mas com especial destaque para cabelos oleosos ou com tendência à caspa, pois ajuda a controlar o excesso de sebo sem necessidade de reaplicação frequente do shampoo.
Além disso, essa limpeza profunda favorece a oxigenação do couro cabeludo, criando um ambiente mais propício ao crescimento saudável dos fios. Cabelos com raiz limpa tendem a crescer com mais vigor e menor risco de obstrução dos folículos pilosos.
Vale ressaltar que, embora poderoso na limpeza, o Lauril Éter Sulfato de Sódio deve ser utilizado com equilíbrio. Concentrações elevadas e uso excessivo podem causar ressecamento ou sensibilidade em alguns tipos de pele. Por isso, as formulações modernas costumam associá-lo a tensoativos mais suaves ou ingredientes calmantes, como pantenol, extratos vegetais e alantoína, criando um sistema de limpeza eficaz, porém suave.
Um dos fatores mais valorizados pelos consumidores em shampoos é a formação de espuma, e o Lauril Éter Sulfato de Sódio é imbatível nesse quesito. A espuma está fortemente associada à percepção de limpeza e eficácia do produto, mesmo que, do ponto de vista técnico, não seja um indicador absoluto de poder detergente.
O SLES possui uma alta capacidade espumante, formando uma espuma rica, densa e cremosa, que cobre facilmente toda a superfície capilar. Essa espuma tem três grandes funções:
Melhora a distribuição do produto nos fios – a espuma atua como veículo para espalhar uniformemente o shampoo, garantindo que todas as áreas do couro cabeludo e comprimento dos cabelos recebam o produto.
Proporciona uma experiência sensorial agradável – a sensação de espuma abundante é sinônimo de conforto, qualidade e eficácia para o consumidor, aumentando a aceitação do produto.
Facilita o enxágue e reduz o atrito entre os fios – a espuma funciona como lubrificante temporário, evitando que os fios se quebrem ou embolem durante a lavagem.
Essa característica faz com que shampoos com Lauril Éter Sulfato de Sódio sejam especialmente populares entre pessoas com cabelos longos, oleosos ou volumosos, pois a espuma facilita o manejo dos fios durante o banho.
Além disso, o SLES mantém sua capacidade espumante mesmo em águas duras, ou seja, águas com alto teor de minerais como cálcio e magnésio. Isso o torna uma escolha segura para uso em diversas regiões do mundo, onde a qualidade da água pode afetar o desempenho de outros tensoativos.
Para garantir que a espuma seja duradoura e com a textura ideal, é comum o uso de ingredientes complementares na formulação, como cocamidopropil betaína, um co-tensoativo que também contribui para o volume e estabilidade da espuma, ao mesmo tempo em que reduz o potencial irritante do SLES.
Outro grande diferencial do Lauril Éter Sulfato de Sódio é o seu excelente custo-benefício para a indústria cosmética. Por ser produzido em larga escala e derivado de matérias-primas renováveis, como o óleo de coco e o óleo de palma, o SLES apresenta um custo baixo em relação a outros tensoativos, sem comprometer o desempenho do produto final.
Isso se reflete diretamente na precificação dos shampoos no mercado. Empresas que utilizam o SLES em suas formulações conseguem oferecer produtos com alto poder de limpeza e espuma por um preço mais acessível, o que torna o ingrediente essencial para marcas de grande volume e redes varejistas.
Do ponto de vista técnico, o SLES também apresenta:
Alta concentração de sólidos ativos, o que significa que pequenas quantidades já são suficientes para gerar espuma e promover limpeza;
Facilidade de manuseio industrial, sendo compatível com equipamentos e processos de produção em larga escala;
Disponibilidade global, com múltiplos fornecedores e cadeias logísticas bem estabelecidas.
Esse cenário torna o Lauril Éter Sulfato de Sódio uma opção economicamente sustentável para fabricantes que desejam escalar suas produções sem elevar os custos. Ao mesmo tempo, seu desempenho permite reduzir a quantidade de outros ingredientes, otimizando a complexidade da formulação e o tempo de produção.
Com a crescente demanda por produtos de alta performance a preços acessíveis, o SLES continua sendo uma solução estratégica tanto para grandes indústrias quanto para marcas em desenvolvimento que desejam competir em mercados populares.
A estabilidade química é um dos aspectos mais importantes na criação de shampoos, e o Lauril Éter Sulfato de Sódio se destaca nesse quesito. Ele mantém sua funcionalidade e aparência estável mesmo em diferentes condições de temperatura, luz e pH, o que facilita sua aplicação em diversas formulações, desde as mais simples até as mais sofisticadas.
Essa estabilidade de fórmula oferece múltiplas vantagens:
Maior vida útil do produto final, com menor risco de separação de fases, alteração de viscosidade ou mudança de cor/odor;
Segurança no transporte e armazenamento, mesmo em climas variados;
Facilidade de personalização, já que a base com SLES aceita bem a adição de ingredientes funcionais e sensoriais sem prejudicar a integridade do produto.
Além disso, o Lauril Éter Sulfato de Sódio é altamente compatível com uma ampla gama de ingredientes cosméticos, como:
Co-tensoativos, que ajudam a modular a suavidade e aumentar a espumosidade;
Agentes hidratantes e calmantes, como glicerina, aloe vera, extrato de camomila, d-pantenol;
Agentes condicionantes, como silicones solúveis, polímeros catiônicos e proteínas hidrolisadas;
Ativos específicos, como antifúngicos (cetoconazol), anticaspa (piritionato de zinco) e antiqueda (cafeína, biotina).
Essa versatilidade permite o desenvolvimento de shampoos para diferentes públicos e finalidades, incluindo linhas infantis, produtos masculinos, fórmulas para cabelos tingidos ou quimicamente tratados, entre outros. Mesmo nas linhas “low poo” ou “sulfate-free”, algumas marcas ainda utilizam o SLES em proporções reduzidas e com ajustes de pH para aproveitar sua funcionalidade sem comprometer a suavidade desejada.
Outro ponto importante é que o SLES não interfere na performance de ingredientes ativos, o que permite que o shampoo tenha mais de uma função — por exemplo, limpar, tratar caspa, fortalecer os fios e proteger a cor, tudo em uma mesma fórmula.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio (Sodium Laureth Sulfate – SLES) é um dos ingredientes mais utilizados na formulação de shampoos e produtos de higiene pessoal. Seus benefícios são inegáveis: promove limpeza eficiente, gera espuma abundante e é economicamente viável. No entanto, como todo ingrediente cosmético potente, exige atenção especial durante o processo de formulação.
Para que os produtos à base de SLES sejam seguros, eficazes e bem tolerados por todos os tipos de pele e cabelo, é essencial considerar alguns cuidados técnicos fundamentais. Nesta seção, vamos abordar quatro pilares indispensáveis na formulação com o Lauril Éter Sulfato de Sódio:
Potencial irritativo em concentrações elevadas;
Ajuste adequado do pH da fórmula;
Uso de co-surfactantes suavizantes;
Respeito às regulamentações internacionais.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio é um tensoativo aniônico com grande poder de limpeza e formação de espuma. Entretanto, justamente por sua ação desengordurante intensa, pode ser agressivo à pele e ao couro cabeludo quando utilizado em concentrações elevadas ou sem o devido balanceamento da fórmula.
Essa ação irritativa decorre do fato de que o SLES não apenas remove impurezas externas e resíduos de produtos, mas também pode retirar os lipídios naturais da barreira cutânea — substâncias essenciais para manter a hidratação e proteção da pele. Quando esses lipídios são removidos em excesso, o resultado pode ser:
Ressecamento da pele e dos cabelos;
Sensação de “repuxamento” ou ardência após o uso;
Coceiras, vermelhidão ou descamação no couro cabeludo;
Agravamento de condições como dermatite, eczema ou couro cabeludo sensível.
Por isso, é imprescindível avaliar a concentração do SLES na fórmula final. Em shampoos comerciais, o teor do ingrediente geralmente varia entre 5% e 15% da formulação total. Acima de 15%, o risco de irritação se torna mais elevado, principalmente em pessoas com peles sensíveis ou crianças.
Para evitar reações adversas, muitas indústrias reduzem a concentração do Lauril Éter Sulfato de Sódio e utilizam técnicas de sinergia com outros tensoativos, criando um sistema de limpeza eficaz e ao mesmo tempo mais suave.
Outro cuidado fundamental ao formular com Lauril Éter Sulfato de Sódio é o ajuste correto do pH do shampoo. O pH é um dos fatores que mais influenciam a segurança, estabilidade e eficácia de produtos cosméticos. Quando mal ajustado, pode potencializar os efeitos indesejados do SLES, como irritação e ressecamento.
O couro cabeludo humano tem um pH naturalmente ácido, geralmente entre 4,5 e 5,5. Esse nível é importante para manter a integridade da barreira cutânea, inibir o crescimento de microorganismos patogênicos e garantir a saúde do fio capilar.
Shampoos com pH alcalino (acima de 7) — ou até neutro (pH 7) — podem abrir as cutículas dos cabelos, removendo em excesso a camada protetora e promovendo frizz, opacidade, quebra e maior porosidade. O pH inadequado também favorece a perda de proteínas capilares e a fragilidade da pele.
No caso do Lauril Éter Sulfato de Sódio, sua ação detergente é potencializada em pH alcalino, mas isso aumenta o risco de irritação. Portanto, a melhor estratégia é formular shampoos com pH ligeiramente ácido, entre 4,5 e 5,5, equilibrando desempenho e segurança.
Esse ajuste é feito por meio da adição de acidulantes, como:
Ácido cítrico;
Ácido láctico;
Ácido fosfórico.
A correta calibração do pH também aumenta a estabilidade da fórmula, evita reações com outros ingredientes (como conservantes e fragrâncias) e contribui para a experiência sensorial do consumidor. Uma fórmula com pH equilibrado promove brilho, maciez e controle de volume nos cabelos, reduzindo o impacto da ação do tensoativo.
Para mitigar o potencial irritante do Lauril Éter Sulfato de Sódio e proporcionar uma limpeza mais equilibrada, é altamente recomendado o uso de co-surfactantes suavizantes. Esses ingredientes trabalham em conjunto com o SLES, formando um sistema tensoativo sinérgico que melhora o desempenho geral do produto.
Os co-surfactantes mais utilizados nas formulações são:
Derivado do óleo de coco, esse tensoativo anfótero é um dos mais populares quando o objetivo é suavizar o impacto do SLES. Ele reduz o potencial irritante do shampoo, aumenta a espumosidade e melhora a viscosidade da fórmula. Também favorece a compatibilidade com a pele sensível.
São tensoativos não iônicos de origem vegetal, muito usados em formulações naturais ou orgânicas. São extremamente suaves e biodegradáveis, e funcionam bem com o Lauril Éter Sulfato de Sódio, equilibrando a ação de limpeza.
Alguns surfactantes derivados de aminoácidos, como sarcosinatos ou tauratos, também podem ser usados como co-surfactantes. Eles agregam suavidade e estabilidade, sem prejudicar a performance do SLES.
O uso desses ingredientes reduz a necessidade de altas concentrações de SLES, permitindo fórmulas mais seguras e melhor toleradas por peles sensíveis. Além disso, a associação com co-surfactantes permite a criação de texturas mais viscosas e espumas mais estáveis, melhorando a qualidade sensorial do shampoo.
Essas misturas também favorecem o desempenho em diferentes tipos de água, incluindo águas duras (com alto teor de minerais), mantendo a eficácia da limpeza mesmo em condições adversas.
Embora o Lauril Éter Sulfato de Sódio seja amplamente utilizado e considerado seguro por órgãos reguladores, seu uso é restrito por normas específicas em vários países, especialmente no que se refere à sua concentração e grau de pureza.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) considera o SLES um ingrediente permitido em cosméticos, desde que seja utilizado em concentrações seguras. A regulamentação brasileira segue orientações internacionais e exige:
Avaliação da concentração total de tensoativos na fórmula;
Comprovação de segurança e eficácia da composição final;
Garantia de que o teor de 1,4-dioxano (subproduto indesejado da etoxilação) esteja abaixo dos limites considerados seguros.
Embora a ANVISA não estipule um limite exato de concentração para o Lauril Éter Sulfato de Sódio em shampoos, recomenda-se o uso de até 15% na formulação final, desde que acompanhado de estudos de segurança.
Na Europa, o SLES é considerado seguro para uso em cosméticos. No entanto, a Comissão Europeia exige que os fabricantes:
Minimizem o teor de 1,4-dioxano, classificado como potencial carcinógeno;
Utilizem métodos de purificação adequados;
Informem a presença do ingrediente na rotulagem (nomenclatura INCI: Sodium Laureth Sulfate).
A recomendação europeia também orienta que a concentração não ultrapasse 10% a 15%, dependendo da finalidade do produto e do grupo etário ao qual ele se destina (adultos, bebês, crianças).
O Food and Drug Administration (FDA) não estipula uma concentração máxima fixa para o SLES, mas exige que o produto:
Esteja de acordo com os padrões de segurança da categoria OTC (Over-The-Counter);
Esteja isento de contaminações com 1,4-dioxano acima do permitido;
Tenha sua rotulagem adequada e transparente quanto aos ingredientes.
Nos EUA, o FDA recomenda que o nível de 1,4-dioxano seja mantido abaixo de 10 ppm (partes por milhão), com incentivo para níveis ainda menores.
Esses países seguem critérios semelhantes aos da União Europeia e dos Estados Unidos, com foco principal na pureza do ingrediente e na sua concentração final na fórmula, especialmente em produtos destinados ao público infantil.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio (Sodium Laureth Sulfate – SLES) é um ingrediente amplamente utilizado em shampoos e produtos de higiene pessoal por sua alta capacidade de limpeza e formação de espuma. No entanto, a crescente conscientização sobre ingredientes potencialmente irritantes e o aumento da demanda por fórmulas mais naturais e sustentáveis têm impulsionado a busca por alternativas mais suaves ao Lauril Éter Sulfato de Sódio.
Essas alternativas são especialmente valorizadas por consumidores com pele sensível, crianças, pessoas alérgicas ou que adotam um estilo de vida vegano, natural ou “clean beauty”. A seguir, vamos apresentar os principais substitutos ao SLES, explicando como funcionam, suas vantagens, limitações e desempenho técnico em comparação ao tensoativo tradicional.
O principal objetivo ao substituir o Lauril Éter Sulfato de Sódio é manter a eficiência da limpeza e uma formação razoável de espuma, mas com menor potencial de agressão à pele e aos fios. Veja abaixo as alternativas mais utilizadas:
O Lauril Glucosídeo é um tensoativo não iônico de origem vegetal, derivado do óleo de coco e da glicose. É um dos surfactantes preferidos em formulações naturais e orgânicas por apresentar:
Baixa irritabilidade cutânea e ocular;
Boa compatibilidade com peles sensíveis;
Capacidade de formar espuma leve e estável;
Biodegradabilidade elevada.
Apesar de sua ação de limpeza ser considerada suave, o Lauril Glucosídeo pode ser utilizado como tensoativo primário ou secundário, dependendo da formulação. Em muitos casos, ele é combinado com outros agentes, como Decil Glucosídeo ou Coco Glucosídeo, para reforçar o poder detergente e formar uma espuma mais rica.
Também não iônico, o Decil Glucosídeo é outro derivado de glicose vegetal, geralmente obtido do óleo de palma ou de coco. É amplamente empregado em shampoos “sulfate-free”, sabonetes líquidos faciais e fórmulas infantis. Suas principais vantagens incluem:
Extrema suavidade, ideal para peles sensíveis ou sensibilizadas;
Boas propriedades hidratantes naturais;
Compatibilidade com ingredientes ativos diversos;
Espuma cremosa, ainda que em menor volume comparado ao SLES.
É frequentemente utilizado em conjunto com outros tensoativos naturais para melhorar o sensorial e a capacidade de espalhabilidade do produto.
O SCI (Sodium Cocoyl Isethionate) é considerado um dos tensoativos mais nobres da nova geração de cosméticos suaves. Ele é aniônico, como o SLES, mas com origem vegetal e propriedades muito mais suaves. É conhecido por sua:
Alta capacidade espumante, mesmo em água dura;
Excelente ação de limpeza sem agressividade;
Habilidade de deixar o cabelo macio e com toque sedoso;
Boa estabilidade em pH ácido.
O SCI é ideal para shampoos sólidos e linhas premium “sulfate-free”, já que combina desempenho técnico e suavidade com ótimo sensorial. Sua principal limitação está no custo: é significativamente mais caro que o SLES, o que pode restringir seu uso em produtos de grande escala.
Outro membro da família dos glicósidos, o Coco Glucosídeo é derivado da reação entre glicose e álcoois graxos do óleo de coco. Ele é extremamente suave, mas forma pouca espuma e possui baixo poder detergente quando usado isoladamente. Por isso, geralmente atua como co-tensoativo.
Seu principal benefício é modular a suavidade da fórmula, ajudando a criar shampoos ultra-delicados. É muito usado em:
Shampoos infantis;
Produtos para couro cabeludo sensível;
Fórmulas pós-química ou pós-procedimentos dermatológicos.
Com a popularização do conceito de cosméticos limpos, naturais, veganos e ecológicos, os consumidores estão cada vez mais atentos aos ingredientes utilizados nos produtos que aplicam na pele e nos cabelos. O Lauril Éter Sulfato de Sódio, por ser derivado de processos químicos como a etoxilação, perdeu espaço em marcas que priorizam transparência, sustentabilidade e formulações verdes.
As principais razões que impulsionam a substituição do SLES por tensoativos suaves em cosméticos naturais incluem:
Evitar potenciais contaminantes, como o 1,4-dioxano, subproduto da etoxilação;
Reduzir o risco de irritações cutâneas ou oculares;
Atender às certificações orgânicas, como Ecocert, COSMOS, NATRUE e USDA Organic;
Cumprir exigências de consumidores veganos e cruelty-free;
Minimizar impacto ambiental, já que muitos tensoativos suaves são rapidamente biodegradáveis.
Além disso, muitos consumidores passaram a associar o termo “sem sulfato” à ideia de um produto mais seguro, mesmo que o SLES, tecnicamente, seja seguro quando usado dentro das concentrações permitidas. O apelo de marketing associado aos shampoos sulfate-free e naturais transformou os tensoativos suaves em protagonistas de uma nova geração de cuidados pessoais.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio, também conhecido como Sodium Laureth Sulfate (SLES), é um dos ingredientes mais utilizados em shampoos e produtos de higiene pessoal. No entanto, seu uso também é alvo de inúmeras polêmicas, principalmente devido à disseminação de informações incorretas ou exageradas nas redes sociais e em campanhas de marketing de cosméticos “naturais” ou “livres de sulfatos”.
Com o crescimento da consciência dos consumidores sobre os ingredientes presentes nos produtos que utilizam diariamente, é comum surgirem dúvidas, mitos e até mesmo medo em relação ao Lauril Éter Sulfato de Sódio. Neste conteúdo, vamos esclarecer de forma técnica e didática os principais mitos e verdades sobre o SLES, ajudando você a entender quando ele é seguro, como funciona e por que não precisa ser um vilão.
Este é, sem dúvida, o mito mais disseminado sobre o SLES, e também o mais preocupante para o consumidor. A afirmação de que o Lauril Éter Sulfato de Sódio causa câncer circula em diversos blogs, vídeos e postagens de redes sociais, mas não possui respaldo científico confiável.
O mito surgiu devido a um mal-entendido sobre a presença de 1,4-dioxano — um subproduto da etoxilação, processo químico pelo qual o SLES é produzido. O 1,4-dioxano, em níveis elevados, é considerado potencialmente carcinogênico quando ingerido em grandes quantidades em experimentos com animais. No entanto:
O 1,4-dioxano não é um componente do SLES, mas pode estar presente em traços mínimos se a purificação do ingrediente não for feita corretamente.
As boas práticas de fabricação, exigidas por órgãos reguladores como a ANVISA (Brasil), FDA (EUA) e União Europeia, garantem que o 1,4-dioxano esteja presente, quando detectável, em níveis considerados seguros, geralmente abaixo de 10 ppm (partes por milhão).
Estudos científicos e revisões toxicológicas amplamente aceitas não encontraram evidências que relacionem o uso tópico de SLES com desenvolvimento de câncer em humanos.
A FDA não proíbe o uso de SLES em cosméticos e considera sua utilização segura, desde que o produto final esteja isento de níveis perigosos de impurezas.
A União Europeia exige testes rigorosos para assegurar que o SLES e outras substâncias etoxiladas estejam devidamente purificadas antes de serem comercializadas.
A ANVISA, no Brasil, também permite o uso do ingrediente, desde que a concentração esteja de acordo com as normas de segurança e a fórmula final tenha comprovação de não-irritabilidade.
VERDADE: O Lauril Éter Sulfato de Sódio não causa câncer. Quando fabricado, purificado e usado conforme as diretrizes internacionais, é um ingrediente seguro para o uso cosmético.
Outra afirmação muito comum é que “todo shampoo com Lauril Éter Sulfato de Sódio é agressivo”, o que leva muitas pessoas a evitar completamente produtos com esse ingrediente. Essa generalização, no entanto, não é tecnicamente correta.
O SLES, isoladamente, pode sim ser considerado um tensoativo com potencial de ressecar a pele e os cabelos, especialmente se usado em altas concentrações ou em formulações simples e sem balanceamento. No entanto, a maioria dos shampoos comerciais não utiliza o SLES puro, mas sim em conjunto com:
Co-tensoativos suavizantes, como cocamidopropil betaína, decil glucosídeo, lauril glucosídeo;
Ativos hidratantes, como pantenol, glicerina, aloe vera;
Agentes condicionantes, como proteínas hidrolisadas, silicones solúveis, poliquatérnios;
Ajuste de pH, que torna a fórmula mais compatível com o couro cabeludo.
Essa combinação torna o shampoo muito mais suave e bem tolerado por diferentes tipos de pele. Inclusive, muitas fórmulas infantis e dermatológicas utilizam o SLES em baixas concentrações, demonstrando que, quando bem formulado, ele pode ser utilizado com segurança até por peles sensíveis.
Embora os shampoos “livres de sulfatos” estejam em alta, é importante destacar que nem todos oferecem melhor desempenho ou suavidade. Alguns podem ter baixo poder de limpeza, espuma insuficiente ou sensação residual no couro cabeludo. Isso acontece quando os tensoativos alternativos não são devidamente equilibrados ou escolhidos conforme o tipo de cabelo e necessidade do usuário.
Portanto, o ideal é analisar a qualidade da fórmula como um todo, e não apenas a presença ou ausência de um único ingrediente.
VERDADE: Nem todo shampoo com SLES é agressivo. A suavidade de um shampoo depende da concentração do ingrediente, da presença de ativos calmantes e do equilíbrio da fórmula.
A concentração do Lauril Éter Sulfato de Sódio em uma fórmula é um dos fatores determinantes para que o produto final seja considerado suave ou agressivo. O uso responsável do SLES envolve equilibrar sua concentração com outros ingredientes funcionais e calmantes, garantindo eficácia sem comprometer o conforto da pele.
Em shampoos comuns, a concentração do SLES varia entre 5% e 15%;
Em shampoos infantis ou para peles sensíveis, essa faixa pode cair para 1% a 5%, sempre acompanhada de co-surfactantes mais suaves;
Fórmulas antirresíduos e de limpeza profunda podem ter concentrações acima de 15%, mas são recomendadas apenas para uso esporádico.
Uma das estratégias mais eficazes para suavizar a ação do SLES é combiná-lo com ingredientes calmantes, hidratantes e reestruturantes. Entre os mais utilizados estão:
Cocamidopropil Betaína: reduz o potencial irritante do SLES, melhora a espuma e promove suavidade;
Pantenol (Pró-vitamina B5): possui ação calmante, anti-inflamatória e hidratante;
Extratos vegetais, como camomila, aloe vera, calêndula e aveia coloidal;
Glicerina, que atrai e retém a umidade na pele e nos cabelos;
Proteínas hidrolisadas, que melhoram a elasticidade dos fios e reduzem a aspereza;
Poliquatérnios, que atuam como condicionantes e formam uma película protetora.
Quando esses ativos são usados em conjunto com o SLES, a fórmula final pode ser tão ou mais suave que muitas opções “livres de sulfato” com tensoativos mal equilibrados.
Outro fator importante é o ajuste do pH da fórmula, que deve estar entre 4,5 e 5,5 para ser compatível com o couro cabeludo e a fibra capilar. Um pH adequado ajuda a preservar a barreira cutânea, reduzir a irritação e manter a saúde dos fios, mesmo na presença do Lauril Éter Sulfato de Sódio.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio, conhecido internacionalmente como Sodium Laureth Sulfate (SLES), é um dos tensoativos mais utilizados em produtos cosméticos e de higiene pessoal. Sua ampla aplicação em shampoos, sabonetes líquidos, cremes dentais e limpadores faciais se deve à sua alta eficácia como agente de limpeza e formação de espuma. No entanto, a crescente preocupação dos consumidores com a saúde, a procedência dos ingredientes e o impacto ambiental tem gerado dúvidas sobre a segurança do uso do Lauril Éter Sulfato de Sódio.
Diante disso, é fundamental entender como esse ingrediente é regulamentado pelas principais agências de vigilância sanitária do mundo, quais são os resultados dos estudos toxicológicos existentes e como ele se enquadra dentro dos critérios de certificações éticas e sustentáveis, como cruelty-free e veganas.
As principais agências reguladoras globais estabeleceram diretrizes claras quanto ao uso do Lauril Éter Sulfato de Sódio, com foco na segurança do consumidor, controle de qualidade e transparência na rotulagem.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) é o órgão responsável pela regulamentação de cosméticos no Brasil. Embora a ANVISA não imponha um limite fixo de concentração para o SLES em shampoos, ela exige que:
O ingrediente seja declarado claramente na lista de ingredientes da embalagem, utilizando o nome INCI (Sodium Laureth Sulfate);
A formulação completa seja submetida a testes de segurança dermatológica, incluindo irritabilidade cutânea e ocular, principalmente em produtos infantis;
O produto esteja isento de contaminantes perigosos, como 1,4-dioxano acima dos níveis permitidos;
O fabricante siga as Boas Práticas de Fabricação (BPF) para garantir a qualidade e segurança do ingrediente.
A ANVISA considera que o SLES é seguro para uso cosmético, desde que seja purificado adequadamente, esteja em concentrações compatíveis com a função do produto e seja comprovadamente não irritante nas condições normais de uso.
O Food and Drug Administration (FDA) regula os cosméticos nos Estados Unidos com base na segurança dos ingredientes utilizados. O FDA não estabelece uma concentração máxima obrigatória para o SLES, mas reforça que:
Os cosméticos não podem conter ingredientes ou impurezas que representem riscos à saúde humana;
Os fabricantes devem minimizar a presença de 1,4-dioxano, um subproduto da etoxilação que pode estar presente em tensoativos como o SLES, em níveis inferiores a 10 ppm;
O rótulo deve conter a nomenclatura correta e completa dos ingredientes;
Produtos rotulados como “livres de sulfato” ou “naturais” não podem induzir o consumidor ao erro, devendo seguir critérios técnicos.
O FDA também incentiva testes voluntários de segurança e declara que não há evidência científica que comprove que o Lauril Éter Sulfato de Sódio seja carcinogênico ou perigoso quando utilizado conforme os padrões recomendados.
A Regulação de Cosméticos da União Europeia (EC No. 1223/2009) é uma das legislações mais rigorosas do mundo em relação à segurança de ingredientes cosméticos. Nela, o SLES é permitido, desde que:
Esteja devidamente purificado e com níveis controlados de impurezas, como o 1,4-dioxano;
Seja usado em concentrações seguras, de preferência abaixo de 15% em produtos enxaguáveis (como shampoos e sabonetes);
Passe por testes de irritabilidade e toxicidade cutânea e ocular;
A rotulagem siga a nomenclatura INCI padronizada.
A Comissão Europeia exige que todos os ingredientes cosméticos passem por avaliações toxicológicas prévias antes de serem aprovados para uso. Até o momento, não há restrição ao SLES para uso em produtos enxaguáveis, considerando sua alta tolerabilidade quando usado corretamente.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio tem sido alvo de inúmeros estudos toxicológicos ao longo das últimas décadas, justamente por sua ampla utilização e pelo interesse em avaliar sua segurança a curto e longo prazo.
Estudos demonstram que o SLES não é absorvido significativamente pela pele, sendo rapidamente eliminado após o enxágue. Portanto, não representa risco sistêmico (interno) ao organismo humano nas condições normais de uso em produtos cosméticos.
Em concentrações elevadas (acima de 20%) e sem associação com co-surfactantes ou ativos calmantes, o SLES pode causar irritação da pele e dos olhos. No entanto:
A maioria dos shampoos utiliza o ingrediente em concentrações entre 5% e 15%, combinadas com tensoativos mais suaves;
O ajuste de pH, a presença de ingredientes hidratantes e a rápida enxaguabilidade reduzem consideravelmente o risco de irritação;
Testes de segurança em humanos demonstram baixa incidência de reações alérgicas ou sensibilizantes com produtos bem formulados.
Não existem evidências confiáveis de que o SLES seja mutagênico ou carcinogênico. Estudos de longo prazo com exposição dérmica não mostraram qualquer ligação entre o Lauril Éter Sulfato de Sódio e o desenvolvimento de câncer em humanos.
O único ponto de atenção é a possível contaminação com 1,4-dioxano, que pode ocorrer se o processo de fabricação não for controlado adequadamente. Ainda assim:
Esse subproduto é removido durante a purificação;
Os níveis permitidos são regulados por legislações internacionais;
O contato dérmico com traços mínimos é considerado seguro pela comunidade científica.
Além da segurança toxicológica, o consumidor moderno busca cosméticos alinhados com valores éticos, ambientais e sociais. Nesse contexto, o Lauril Éter Sulfato de Sódio levanta questionamentos quanto à sua compatibilidade com certificações como cruelty-free, vegano, natural ou orgânico.
Um ingrediente ou produto cruelty-free é aquele não testado em animais. O SLES, como ingrediente isolado, pode ser considerado cruelty-free, desde que:
O fornecedor declare que não realiza nem terceiriza testes em animais;
A marca fabricante não realiza testes obrigatórios em mercados com exigência legal de testes (como a China continental).
Muitas marcas cruelty-free utilizam o SLES em suas fórmulas, principalmente quando este é adquirido de fornecedores certificados.
Para ser considerado vegano, um ingrediente não deve ser de origem animal e nem conter subprodutos de animais. O Lauril Éter Sulfato de Sódio é vegano, pois:
É obtido a partir de óleos vegetais (geralmente coco ou palma);
Não utiliza ingredientes de origem animal em sua síntese química.
Contudo, é importante que o fabricante final busque a certificação vegana oficial, como SVB (Brasil), Vegan Society (Reino Unido) ou outras, para garantir a rastreabilidade de toda a cadeia produtiva.
Embora seja derivado de fontes vegetais, o SLES não é considerado um ingrediente natural nem orgânico pelas principais certificadoras do setor, como:
Ecocert
COSMOS
USDA Organic
NATRUE
Isso porque sua produção envolve processos sintéticos como a etoxilação, o que o enquadra como um ingrediente semissintético. Dessa forma, o SLES é inaceitável em cosméticos naturais certificados, sendo substituído por tensoativos como:
Lauril Glucosídeo
Decil Glucosídeo
Coco Glucosídeo
Sodium Cocoyl Glutamate
O Lauril Éter Sulfato de Sódio apresenta biodegradabilidade moderada. Embora sua degradação ambiental ocorra em prazo razoável, ele não é tão rapidamente biodegradável quanto tensoativos glicósidos. Assim, em cosméticos sustentáveis, marcas costumam substituí-lo por opções com menor impacto ambiental.
Ao longo deste conteúdo, ficou evidente que o Lauril Éter Sulfato de Sódio (Sodium Laureth Sulfate – SLES) é um ingrediente amplamente utilizado na indústria cosmética, especialmente em shampoos e produtos de limpeza corporal. Presente há décadas em fórmulas de sucesso, o SLES reúne características técnicas valiosas que o tornaram um dos tensoativos mais versáteis, acessíveis e eficazes disponíveis no mercado.
Contudo, o uso desse ingrediente também exige responsabilidade, conhecimento técnico e atenção às novas exigências dos consumidores. Para muitos, a simples presença do SLES na lista de ingredientes de um shampoo já pode causar dúvidas ou receio. Esse comportamento reflete a necessidade crescente de transparência, segurança e comunicação clara por parte da indústria cosmética e dos profissionais formuladores.
Diante das informações apresentadas, fica claro que o Lauril Éter Sulfato de Sódio não é um vilão, como muitas vezes é retratado. Ele é, na verdade, um ingrediente tecnicamente competente, com décadas de uso, segurança regulatória e ampla aplicação cosmética.
É possível — e viável — usar SLES em shampoos de forma responsável, segura e confortável para o consumidor, desde que:
A formulação seja equilibrada e personalizada para o público-alvo;
A concentração seja compatível com a função do produto;
O produto final seja testado, documentado e comunicado com clareza.
Ao mesmo tempo, a indústria e os formuladores devem estar abertos à inovação, explorando alternativas mais suaves e biodegradáveis, especialmente em linhas naturais ou orgânicas. A escolha entre usar ou não o SLES deve ser uma decisão técnica, baseada em evidências e em alinhamento com a proposta da marca — não um reflexo de pressões de marketing ou pânico infundado.
Por fim, o consumidor merece informações corretas, acessíveis e baseadas em ciência para fazer suas escolhas com consciência. É função da indústria, das marcas e dos profissionais capacitados garantir que isso aconteça.
O Lauril Éter Sulfato de Sódio (SLES) é um tensoativo aniônico utilizado em shampoos para promover limpeza eficaz e formação de espuma abundante. Ele remove oleosidade, sujeiras e resíduos de produtos do couro cabeludo e dos fios, proporcionando uma sensação de frescor e higienização.
Não. Quando usado em concentrações apropriadas e conforme as normas regulatórias (ANVISA, FDA, União Europeia), o SLES é considerado seguro para uso cosmético. Ele não causa câncer e não é tóxico se utilizado corretamente em produtos enxaguáveis, como shampoos.
Podem causar ressecamento se usados em concentrações elevadas ou sem ativos hidratantes na fórmula. No entanto, shampoos bem formulados com SLES incluem ingredientes como pantenol, glicerina e betaina para suavizar o efeito detergente, reduzindo o risco de ressecamento.
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